Às vezes penso: "sobrevivi a mais uma" e a proxima pergunta vem instantaneamente: até quando ? Não sei, este mundo é muito grande para se pensar.
Foi minha 3a. volta ao mundo e posso dizer com quase 80% de certeza que minha pedra filosofal se encontra na Asia. Mas o que realmente estou procurando? também não sei responder, sei apenas que tenho que continuar!
Trinta dias se passaram que nem senti o tempo passando. Uma vez ouvi que os japoneses só viajam depois que chegam, ao apreciar as tantas fotos tiradas. Não é o meu caso, não viajo para ver arquitetura e dizer que tal monumento é bonito. As fotos são para recordar os momentos que passei principalmente com o contato com as pessoas.
Se for relembrar, as coisas que me marcaram são detalhes pequeninos, por exemplo, o presente que ganhei da equipe de bordo do avião indo a Tokyo.
o dia que passei com meus amigos
o peso das milhares de almas no Memorial da Paz em Hiroshima
a alegria de ver uma de minhas bandas favoritas e cantar junto
a gentileza da menina Kumiko lá em Osaka, ela não tinha obrigação nenhuma, bastava me apontar o caminho e foi muito gentil em me acompanhar até o ônibus partir.
a estranha sensação de curiosidade + posterior peso na consciência ao ver as mulheres girafa em sua situação precária
a emoção e espiritualizade de fazer e soltar meu proprio kratong no rio com meus votos e presenciar a festa na cidade
a leveza e delicadeza da gerente do hotel em Chiang Mai
a sensação de opressão e ao mesmo tempo de vitória ao visitar a cidade caverna em Vieng Xai
o olhar daquela menininha no mercado em Phonsavan
o peso na consciência ao visitar o COPE em Vientiane
a admiração pelo esforço e simplicidade da menina Phuang, do hotel em Vientiane
os bons bate papos com o francês Michael e o delicioso café
a sensação de vitória ao finalmente provar durian
E outros tantos. Vou parar por aqui, se for colocar foto de tudo vai ter um montão...
Ah, tem coisas que não tem foto, por exemplo, o dono do hostel em Bangkok (era a cara do Katsumoto do "Ultimo Samurai"), que me ajudou pra lá da meia noite e me conseguiu um tour pras 6 da manhã.
Ou a agradavel sensação de deja-vu ao ver as birmanesas na rua com a maquiagem "tana-ka".
Tem ainda outras que não me agradaram muito: tinha um turista americano que ficava o tempo todo tirando foto do guia lá em Chiang Mai deixando até de ouvir e apreciar o que este dizia. Na verdade o turista queria fotografar os incisivos justapostos que o outro tinha.
Coisas engraçadas: lá em Bangkok eu senti a calça larga e não me dei conta que a braguilha estava aberta. Quando saí do metro a calça caiu...
Em Chiang Mai pedi um jantar, veio muito apimentado. Ao tomar água em seguida a pimenta se espalhou e minha boca e literalmente cuspi fogo, hihihi...
Em Phonsavan eu comi o prato que a garçonete colocou na minha mesa por engano...
Coisas raivosas: a sensação de estar sendo roubado pelo taxista em Mumbai, ou de ter que dar gorjeta pra todo mundo no Sri Lanka. Isso me fez lembrar de um guia em Sigiriya que me levou 10 dolares a mais que o combinado.
Coisas bonitas, ou melhor a mais bonita de todas: conseguir juntar as mãos e fazer uma reverência. Um "obrigado", um "sinto muito", um "tenha um bom dia", feito com o coração.
Acho que chega. Se lembrar de outros posto mais tarde.