sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Pra finalizar


Quinta-feira, 1 de dezembro de 2011 - São Paulo

Às vezes penso: "sobrevivi a mais uma" e a proxima pergunta vem instantaneamente: até quando ? Não sei, este mundo é muito grande para se pensar.

Foi minha 3a. volta ao mundo e posso dizer com quase 80% de certeza que minha pedra filosofal se encontra na Asia. Mas o que realmente estou procurando? também não sei responder, sei apenas que tenho que continuar!

Trinta dias se passaram que nem senti o tempo passando. Uma vez ouvi que os japoneses só viajam depois que chegam, ao apreciar as tantas fotos tiradas. Não é o meu caso, não viajo para ver arquitetura e dizer que tal monumento é bonito. As fotos são para recordar os momentos que passei principalmente com o contato com as pessoas.

Se for relembrar, as coisas que me marcaram são detalhes pequeninos, por exemplo, o presente que ganhei da equipe de bordo do avião indo a Tokyo.

o dia que passei com meus amigos

o peso das milhares de almas no Memorial da Paz em Hiroshima


a alegria de ver uma de minhas bandas favoritas e cantar junto

a gentileza da menina Kumiko lá em Osaka, ela não tinha obrigação nenhuma, bastava me apontar o caminho e foi muito gentil em me acompanhar até o ônibus partir.

a estranha sensação de curiosidade + posterior peso na consciência ao ver as mulheres girafa em sua situação precária

a emoção e espiritualizade de fazer e soltar meu proprio kratong no rio com meus votos e presenciar a festa na cidade


a leveza e delicadeza da gerente do hotel em Chiang Mai

a sensação de opressão e ao mesmo tempo de vitória ao visitar a cidade caverna em Vieng Xai

o olhar daquela menininha no mercado em Phonsavan

o peso na consciência ao visitar o COPE em Vientiane

a admiração pelo esforço e simplicidade da menina Phuang, do hotel em Vientiane

os bons bate papos com o francês Michael e o delicioso café vietnamita Laosiano (da região de Paksong, Sul do país) que tomamos, a meu ver o melhor de todos superando até o colombiano!

a sensação de vitória ao finalmente provar durian

E outros tantos. Vou parar por aqui, se for colocar foto de tudo vai ter um montão...

Ah, tem coisas que não tem foto, por exemplo, o dono do hostel em Bangkok (era a cara do Katsumoto do "Ultimo Samurai"), que me ajudou pra lá da meia noite e me conseguiu um tour pras 6 da manhã.
Ou a agradavel sensação de deja-vu ao ver as birmanesas na rua com a maquiagem "tana-ka".

Tem ainda outras que não me agradaram muito: tinha um turista americano que ficava o tempo todo tirando foto do guia lá em Chiang Mai deixando até de ouvir e apreciar o que este dizia. Na verdade o turista queria fotografar os incisivos justapostos que o outro tinha.

Coisas engraçadas: lá em Bangkok eu senti a calça larga e não me dei conta que a braguilha estava aberta. Quando saí do metro a calça caiu...

Em Chiang Mai pedi um jantar, veio muito apimentado. Ao tomar água em seguida a pimenta se espalhou e minha boca e literalmente cuspi fogo, hihihi...

Em Phonsavan eu comi o prato que a garçonete colocou na minha mesa por engano...

Coisas raivosas: a sensação de estar sendo roubado pelo taxista em Mumbai, ou de ter que dar gorjeta pra todo mundo no Sri Lanka. Isso me fez lembrar de um guia em Sigiriya que me levou 10 dolares a mais que o combinado.

Coisas bonitas, ou melhor a mais bonita de todas: conseguir juntar as mãos e fazer uma reverência. Um "obrigado", um "sinto muito", um "tenha um bom dia", feito com o coração.

Acho que chega. Se lembrar de outros posto mais tarde.



quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Acabou...


Quarta-feira, 30 de novembro de 2011 - São Paulo


Nada de muito especial. Levantei cedo pois tinha transfer para o aeroporto às 6h30 e apesar do trânsito, cheguei sem problemas.

O meu vôo atrasou duas horas. Olha que beleza o que atendente estava fazendo.


Foram 9 horas e meia de viagem, no avião tive uma surpresa ao ver as opções de entretenimento. Comecei o mês com um show e termino com a mesma banda! Não conversei com ninguém porque estava só na fileira.

Minha mãe e minha irmã menor estavam me esperando no aeroporto e viemos embora sem trânsito (!) apesar de estarmos em torno das 19h.

Bem, cá estou em sampa, afinal temos responsabilidades. Claro, cansado do vôo e com 4 horas de fuso horario para acertar. Se estou feliz ? claro que sim, e saudoso também. É legal ver a alegria dos brasileiros (mais de 50% do avião), mas poucas horas antes de chegar eu estava pensando em tudo o que fiz e passei nesse mês. Quase chorei e nesse instante as conversas e risadas me incomodaram. Tudo bem, foram apenas alguns minutos.

Não vou fazer uma retrospectiva agora, talvez amanhã ou depois, afinal preciso salvar detalhes das minhas lembranças antes que se percam.

Mas agora não, estou cansado e sonado!



terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ride the lightning


Terça-feira, 29 de novembro de 2011 - Johannesburg

Dia de voltar do acampamento. Levantamos quase na mesma hora, 5h15 e esqueci de dizer, desde ontem que a van deu problema e cada vez que desligava o motor tinhamos que empurrar.
Hoje foi pior, ao tentar fazê-lo pegar no tranco, quase despencou de uma mureta. Tiveram que chamar reforço.

Após duas horas de estrada, pescamos mais duas passageiras, uma italiana e uma alemã, e seguimos caminho por mais meia hora até atolarmos num monte de pedras.

Nesse instante a Valeria finalmente explodiu (estava demorando e era só uma questão de tempo) gritou e xingou o motorista e este respondendo à altura, ou seja um tremendo barraco comigo e as duas passageiras no meio.

Bem, logo no começo do trajeto eu estranhei ela ir no banco da frente ao lado do motorista e já estava imaginando as faíscas no caminho.
Bem, primeiro tentou-se com uma pickup sem sucesso, depois achou-se um trator que conseguiu além de desatolar, fazer o motor pegar e seguimos viagem com os 2 de cara fechada e não se falaram mais durante todo o trajeto.

No entanto nós 4 atrás começamos a conversar, as novas passageiras vão passar 2 meses aqui na Africa do Sul e em seguida irão para o Brasil (Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Pantanal e Amazonas). Dei todas as dicas que consegui me lembrar e ao final trocamos emails.

Em uma das paradas do caminho achei a original Ginger Beer (refrigerante de gengibre). Tão boa e forte quanto o EGB do Sri Lanka, ou seja delicioso!!
Fui o primeiro a chegar pois o albergue fica antes de se chegar na cidade. Não sei o que aconteceu com as outras 3, fiquei curioso. Talvez eu encontre com a argentina amanhã no aeroporto pois temos vôos quase no mesmo horário. Foram 3 dias bacanas, porém ligeiramente quentes por conta  daqueles 2.

Não sei muito o que pensar a respeito daqui porque não tive contato direto com a cidade nem seus habitantes. Todas as coisas que me disseram é que a cidade é perigosa e violenta, e que tenho que tomar cuidado em tudo.

Isso me fez lembrar, no primeiro dia que cheguei e fui ao shopping Lakeside Mall e não havia eletricidade, no taxi de volta pra cá a taxista imaginando o shopping às escuras e os ladrões atacando. Nesse mesmo instante eu me lembrei que embora sem luz, o som ambiente estava funcionando e em certo instante estava tocando "The winner takes it all" do Abba. Que ironia, hihihi...


Big 3.8 de 5


Segunda-feira, 28 de novembro de 2011 - Mpumalanga


O dia foi meio repeteco de ontem, porém demos ênfase aos animais que não vimos ontem. Saímos às 5h, chegamos às 6h e passamos o dia todo caçando.

Estou achando que os elefantes possuem boa memoria porque o cenario aqui é tão igual que facilmente se perderia. Pra todo lado que se olha é a mesma coisa, os mesmos tipos de arbustos e árvores e sem nenhum ponto de referência confiável.

No café da manhã o guia me ofereceu chá dizendo que é exclusivo daqui da Africa do Sul. Claro que aceitei!

Mas nada de diferente. Tem gosto de chá preto...

Pouco antes do almoço achamos um rinoceronte, estava muito longe e por consequencia havia muitos arbustos no caminho. Consegui algumas fotos, porém nenhuma com o corpo todo.

Teve uma parte do dia que foi interessante: ficamos cercados por um bando de elefantes que estavam atravessando a rua.

E de resto o mesmo de ontem, animais aqui e ali, não que não seja interessante, é cansativo ficar procurando na mata por horas e horas, mas quando se acha algum, a gente desperta!
Esqueci de dizer, estou praticamente num tour particular. Eu, o guia Sidney, sossegado e bonachão, e uma menina argentina chamada Valeria, bacana e de temperamento forte e explosivo.



Big 3 de 5


Domingo, 27 de novembro de 2011 - Mpumalanga

Mpumalanga (onde o sol nasce) é o nome do distrito onde estou acampado, a uma hora da entrada do Kruger Park.
Começamos o dia cedo, chegamos no parque às 6h e já estava claro porém não estava frio e os animais ainda estavam ativos.

Vimos inúmeras aves e mamíferos. Tem tantos impalas que depois a gente nem repara mais neles. Ah, e filhotes mil, acho que cheguei na epoca dos nascimentos.

Impalas, elefantes, bufalos, chacais, babuinos, aguias, leões vivos e mortos, girafas, hipopótamos, javalis e outros que nem faço idéia do nome. Eu diria que hoje foi o dia que minha câmera trabalhou, pois na maioria das vezes os animais estavam distantes da estrada.

Aqui tem fotos de alguns.

Pausa para almoço e retomamos a caçada. Nossa, como o parque é grande! E o guia além de conhecê-lo muito bem, tem um olho treinado, ele apontava e eu: onde? cadê?

Apesar do nome sugerir os maiores, "Big Five" são os 5 animais mais difíceis de se caçar: elefante, leopardo, bufalo, leão e rinoceronte.

Hoje achamos elefante, bufalo, leão. Quem sabe amanhã...







Mpumalanga

Sábado, 26 de novembro de 2011 - Mpumalanga

A atendente do albergue me disse ontem que era para eu esperar o meu guia às 7h. Não sei a que horas ele chegou, mas quando eu dei as caras pelas 6h30 ela disse que ele já estava lá. Bem, tomei café às pressas e rua!

As rodovias daqui são boas, eu me senti na Castello Branco, claro que com as mãos invertidas.

 
Duas horas depois paramos num posto shell como os de sampa, mais 1h30 e chegamos a um ponto turístico daqui, chamado Blyde River Canyon que segundo o guia é o 3o. maior (ele falou os outros 2 mas não me lembro agora). Que seja, não sei se estou acostumado com alturas, mas não vi nada demais, inclusive me lembrou a vista a partir deusa La Chaquira na Colombia...

Meia hora de intervalo e mais 1h de estrada para chegar no Hoedspruit Endangered Species Centre, uma especie de orfanato de animais, com ênfase em cheetahs.

Almoçamos e fomos a uma visita monitorada, que começou com um video a respeito do trabalho deles e em seguida um jipe para ver os animais, dos quais muitos não podem regressar à natureza porque serão mortos ou rejeitados pelos de mesma espécie.


Depois disso finalmente chegamos ao acampamento. A minha barraca é a da esquerda.

Às 19h em ponto jantamos (os caras são rigidos com horários) e às 20h fomos a um safari noturno onde ficamos até às 22h, onde vimos vários animais pequenos e um grupo de rinocerontes. Pena que a minha câmera não ajudou, pois além dos animais ficarem distantes, eu não consegui foco por causa dos inumeros flashes das outras maquinas. Tentei algumas vezes com diversas setagens e acabei desistindo de bater fotos.

E ao chegar, banho e cama pois amanhã o dia se iniciará às 5h.