Chegamos

Segunda-feira, 25 de outubro de 2010 - São Paulo

O vôo saiu era pra lá da meia-noite. Lá pelas 2h30 vieram servir janta (!!!), isso significa que acordaram todo mundo! E pelas 7h30 também acordaram todos p/ café da manhã. Que saco, a gente foi no meio do meio e espalhados (minha mãe e irmã lá na frente/ eu e meu pai lá no fundo). A classe economica já não é essas coisas e o pouco que a gente consegue cochilar vem o serviço de bordo acordar... tá, além do mais tinha um grupo de jovens do sul que não parava de falar alto em alemão. Estava a ouvir as conversas futeis nos grupos e filas e comentei mais tarde com minha mãe: por que as pessoas no aeroporto tem que se auto-afirmar como "mais viajada" que as outras ?? às vezes eu percebo que dou um ar esnobe quando falo das minhas sem ter essa intenção, e me sinto mal. Às vezes percebo também que me tratam diferente depois que sabem disso. Pô, por que diferenciam o que sou do que eu faço ? Estou como sempre divagando...

Chegamos bem (cansados), no relógio daqui era sete e pouco da manhã.



E terminamos esta viagem no mesmo lugar que começamos.



Ah, lembrei de outra coisa de Lisboa. A cidade é muito legal, mas tem um grande inconveniente, talvez por ser muito antiga: falta acesso a deficientes em todos os lugares, inclusive no metrô várias das escadarias não são rolantes. Ainda assim a cidade me surpreendeu e vale rever os (pre) conceitos a seu respeito.

Por outro lado não sei o que falar de Roma, de repente não estava na minha hora. Senti um aperto e um stress muito grandes, talvez pelo contexto ruas estreitas, carros pequenos e trânsito. Seus monumentos além de históricos são bonitos, suas igrejas e afrescos também.

Ei, peralá! esta viagem era dos meus pais e para eles contudo tudo o que postei foi em minha pessoa...

O que importa é que eles gostaram!

A gente se vê por aí.

Tears

domingo, 24 de outubro de 2010 - Lisboa

Como costumo dizer, as coisas simplesmente acontecem. Amanheci com uma musica na cabeça: Tears, de outra de minhas bandas prediletas (X-Japan), Uma canção muito bonita e triste.

Fiquei a parte da manhã inteira pensando nisso ou do porquê, meu primeiro pensamento foi porque hoje era o dia de voltar a Sampa, embora a letra da musica nao tenha nada a ver com saudosismo de despedida.

Bem, após o café da manhã tomamos o metrô e fomos ao shopping Colombo, acho que a unica coisa aberta em quilometros.



Enquanto minha mãe e irmã foram ver lojas de roupas eu e meu pai entramos na fnac apenas pra passar o tempo. Comecei a ver cds desinteressadamente, pois já havia comprado o meu ontem (heavy metal português, Ferro&Fogo). Depois passei a ver livros e em seguida passei ver os dvds. Aí sim, no setor de filmes asiaticos dou de cara com um (raro)filme coreano me acenando: "Windstruck - Sempre a teu lado", cuja trilha sonora adivinhem qual é ?



Como já era meio-dia, resolvemos almoçar no shopping. O terceiro piso tem um milhão de restaurantes e fast-foods, meus pais não resistiram e entramos num restaurante brasileiro.



Tomamos novamente o metrô, descemos duas estações depois e tomamos o ônibus turístico pretendendo ocupar assim o resto da tarde.



Resolvemos descer no Oceanário, onde há muitos e muitos aquarios de peixes, pinguins & afins. Muito parecido porém bem maior que o aquario do Guarujá. Poderia se passar o dia todo apenas contemplando o sossego (e indiferença) dos peixes...







Nisso já deu hora, tomamos o bus, arrumamos a mala e já pro aeroporto, de onde estou escrevendo.



Portugal foi uma surpresa pra mim. É estranho falar que não esperava nada e ao mesmo tempo fiquei supreendido com suas belezas naturais, monumentos históricos, tranquilidade e hospitalidade. Não achei Lisboa cosmopolita. Com seus 650mil habitantes a surpresa foi a cara de "cidade do interior", nada de stress ou buzinas nem decibéis. Fatima é uma cidade para peregrinos, lodjinhas, hoteis e restaurantes. Mas que a regiao do santuário é mágica, ah sim é: a maioria das pessoas que saíam do santuário estavam emocionadas, inclusive eu que sou meio zureta...

Lisboa

Sabado, 23 de outubro de 2010 - Lisboa

Apesar de estar passando tudo muito rapido, estou gostando daqui, especialmente do silêncio e tranquilidade da cidade.

Hoje pegamos o ônibus turistico para dar um overview nos pontos principais. Se de um lado é legal esse tipo de serviço, por outro é muita informação a se adquirir durante o trajeto, ou seja, é interessante para se ter uma referência para se procurar depois (duvido que alguém faça isso, só nerds como eu,hehehe). Para os meus pais foi bom pela mobilidade e pela distração.



Descemos na Torre de Belém,



visitamo-la e ficamos esperando uma amiga da familia chegar. Como o tempo estava passando, apos um telefonema descobrimos que ela estava nos esperando em outro lugar, o Mosteiro de Jeronimos, próximo dali.





Fomos então para lá, e aproveitamos para almoçar e comer pasteis de ming... ops, Belém.



É realmente muito parecido com aquele do habib´s, a diferença é que aqui massa é folhada e não se vende em lojas árabes,hihihi... o que um doce português faz no habib´s ???

Olhamos primeiro a igreja,



onde está o mausoléu de Vasco da Gama



e Luis de Camões.



Em seguida o mosteiro, bonito pra caramba, e cuja tranquilidade junto com as cores claras dão uma tremenda sensação de paz de espirito.



Ah, outra coisa legal, ali jaz Fernando Pessoa.



Droga, não consigo me lembrar de nada dele. Deixa ver... de cabeça, apenas Lisbon Revisited, de um de seus heterônimos Alvaro de Campos (o mais revoltado):
Não, não quero nada já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões, a única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas não me falem em moral,
tirem-me daqui a metafisica,
não me apregoem sistemas completos não me enfilerem conquistas
das ciências, das ciências Deus meu, das ciências...


Continuando. Visitamos também o monumento "Padrão dos Descobrimentos",



e lá do mirante tem-se uma vista espetacular.







E tomamos o ônibus de volta porque já estava no fim da tarde e todos estavam cansados.

Fatima

Sexta-feira, 22 de outubro de 2010 - Lisboa

Desde que chegamos ontem venho reparando nas ruas, no trânsito, nas construções e nas pessoas daqui, e cheguei à conclusão de que aqui é muito parecido com São Paulo, as ruas são mais largas, os carros são maiores, as as rodovias parecem com as nossas, e até o cenário delas ao fundo, me fez parecer estar ou na via Dutra ou na Castello Branco.

Ao contrário dos outros dias não começamos o dia cedo, pois ontem estavamos cansados e também não havia essa necessidade (ufa, pra mim foi muito bom, pois estou o dia tossindo, fungando e movido a aspirina).

Apos tomarmos o café da manhã (aqui se diz "pequeno almoço") tomamos o metro perto do hotel ate a estação Jardim zoologico, ao lado da qual fica o terminal rodoviário, onde tomamos ônibus para Fatima.



A viagem é curta, cerca de hora e meia e chegamos quase duas da tarde. Antes de prosseguir, andamos em busca de restaurante para almoço. Uma coisa que achamos esquisita é que 65% do comercio estava fechado. Eu que precisava de um telefone publico ou de internet quase entrei em pânico. Achamos um pequeno shopping center com banheiros, internet (a máquina de moedas não dá troco e não encerra sessão, ainda bem que é barato) e um restaurante aberto.

Ah, que comida boa, só faltou um feijãozinho!!!



Achamos então o santuário, a Basilica antiga e a nova, uma de frente para a outra.





Não sou do tipo religioso, mas ao ler esta placa senti outro "tremor na força".



Visitamos a Basilica antiga, onde estava tendo missa que meus pais assistiram e onde também estão os tumulos dos 3 pastores a quem ela apareceu.

Vou dizer uma coisa, este lugar é forte. Metade das pessoas que vi estavam com o nariz avermelhado por conta dos prantos. Eu mesmo senti um nó na garganta e disfarcei com as minhas tossidas e fungadas.

Como já estava ficando tarde, não foi possivel visitar a casa dos pastores, então meus pais fizeram suas orações,



compramos souvenires



e voltamos à rodô, onde pegamos o bus das 18h e estou a escrever.

O dia de hoje foi bem mais tranquilo que os outros, aqui o ambiente é menos opressivo que na Italia. Alias, antes sequer de sair de casa eu estava pensando em como eu iria me sentir em Roma, sede do poder por seculos, obtido atraves da ganancia, traição e força bruta. Talvez conhecimento demais possa ser-me prejudicial...

Estou filosofando sobre lugares de fé e peregrinação, que independente da crença, me atraem. Por que será que me emociono neles? talvez filosofar também possa ser prejudicial!

uação

Quinta-feira, 21 de outubro de 2010 - Lisboa


A rotina de aeroporto é sempre a mesma: check-in, raios-x e ficar esperado lá dentro.



Tudo tranquilo no võo, metade dele era um grupo de terceira idade que não parava de falar e bagunçar.

Chegamos e tomamos um lanche no aeroporto: todos os funcionarios (menos a dona) do cafe em frente ao desembarque são brasileiros. O que nos atendeu é paranaense e o caixa é de campinas.



Encerro o dia, afinal são quase meia-noite aqui, lá na Italia já é madrugada.

Contin-

quinta-feira, 21 de outubro de 2010 - Roma

Estou escrevendo daqui do aeroporto porque chegamos cedo demais e temos que esperar.

Comecei o dia com tosse, coriza e dor de cabeça, ou seja, mais uma vitima do ar seco e gelado das madrugadas (cerca de 9 graus Celsius). E como os outros dias, levantamos bem cedo, pelas 6h a fim de visitar a Basilica de São Pedro (que abre às 7h) e evitar as muvucas.

É enorme e escura como todas as outras igrejas. Nas paredes e cantos existem nichos com esculturas enormes, todas em marmore branco e em outras pinturas e afrescos, senão originais.







Como a visita às tumbas dos papas começava às 9h, ficamos fazendo onda, mas a área permitida constava de apenas 2 corredores. Menos mal que o de João Paulo II estava no segundo, uma lápide simples de marmore branco com duas flores encima.

Saímos de lá, tomamos o metro e fomos visitar as catacumbas dos monges capuchinos, onde não se pode bater fotos. COmo costumo fazer nestes casos, comprei postais.







acho que somente nessas horas que se pára pra pensar no que somos e pra onde vamos. Embora minha mãe não tenha gostado muito, acredito que tenha valido a visita. Eu só esperava que fosse maior. Me espantei não com a quantidade mas com o tamanho pequenos dos ossos, praticamente do tamanho de uma criança. Existem alguns que simplesmente não se decomporam ficando visiveis suas faces, dedos e unhas. Tinha um que até "esboçou um sorriso", hehehe

Ao final, gostei do capricho e da naturalidade com que os monges lidam com essas coisas. Tem um cara que conheço que sei que vai me tirar uma quando ouvir isso...

Como tinhamos muito tempo pra gastar, ficamos andando meio que sem rumo, quando minha mãe avistou um obelisco ao final de uma rua e para lá nos dirigimos. Chegamos e vimos que tinha um igreja na qual visitamos rapidamente (tá começando a encher o saco tanta igreja, todas parecidas) e pelo alto das escadarias descobrimos onde estavamos: piazza Espagna, que passamos outro dia la embaixo ao final das escadarias.



Tomamos o metro,



baldeamos e fomos a uma outra igreja (!!!!), onde está a estatua de Moises (Michelangelo) e as correntes que pertenceram a São Pedro.





Almoçamos por lá e aeroporto (ah, chega de pizza!), com trânsito no caminho e ainda assim chegamos cedo demais.

Bento

quarta-feira, 20 de outubro de 2010 - Vaticano


Depois de 3 dias aqui somente se comunicando em inglês, estava a conversar com a menina da recepção quando percebi alguns deslizes no inglês com termos em espanhol. Foi quando perguntei se falava espanhol e pasmem, além de ser espanhola ela fala português!

Aqui uma foto, vejam como ela é linda!!!



Se chama Judit. Não vou falar mais.

Bem, como no domingo meus pais não conseguiram ver o papa, conseguimos convite agora sim, "fomos convidados /pra essa festa pobre..." hehehehe


Chegamos cedo e conseguimos lugar nem muito a frente nem atras.


O problema de se ficar esperando é que a gente começa a olhar e olhar e pensar e...

Bem, quem me conhece sabe que sou fã de James Bond. Qual a relação da foto com este video ?

http://www.youtube.com/watch?v=Fp4CR2HcHLQ



Minutos antes de começar a celebração, o papa Bento XVI em seu papamóvel fez a volta olimpica e pudemos vê-lo a menos de 2 metros de distância. Meu pai ficou emocionado.

Sabem outra coisa que me fez valer o dia ? ao final da celebração vi meu pai rezando os ritos finais EM LATIM E SEM A COLA !!!



Saímos lá pelas 12h30, voltamos ao hotel para descarregar os souvenires bentos, tomamos o ônibus para a Fontana de Trevi, e como estavamos fartos de pizza foi trash food mesmo.


Visitamos a Fontana, minha mãe jogou moedinhas e seguimos caminho.



Paramos no Panteon, onde tem outro obelisco egipcio de Ramses II em frente. Nossa tem Egito em tudo que é lugar! de repente pode ser interessante estudar egiptologia em Roma...



Para quem é engenheiro de estruturas, o Panteon é um prato cheio para analise das forças envolvidas e distribuídas na cupula vazada. A altura e vão livre nos faz sentir uma formiguinha.

E tem outra coisa: dentre os mausoleis está o de Rafael Sanzio. Claro que tinha que tirar uma foto!




Ainda deu tempo de visitar outra Piazza, a Navona, que tem outro obelisco, no qual não consegui identificar seu construtor. Talvez eu procure mais tarde.



Como foi uma visita rápida, tomamos caminho para a Igreja de Chiesa del Gesü.

No caminho uma outra chamou a atenção somente por curiosidade. Reparem na cruz entre os chifres, na soleira da porta. Nem vou me preocupar em saber qual é a igreja porque estava fechada.


Na Igreja Chiesa, temos os aposentos de Santo Inacio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, onde meu pai estudou.





Já no fim do dia, tomamos um taxi e conseguimos pegar o por do sol no castelo de Angeles, aquele do domingo, onde o papa se refugiava em epoca de conflitos.




Deu pra perceber que a tarde foi principalmente contemplativa, por isso o mundo de coisas que fomos olhamos e seguimos. Claro que todos tem sua importância, mas agora não era meu momento pra isso.

Ainda não tive contato com os romanos. Tudo que sei é que eles fumam pra caramba, a melhor coisa que Sao Paulo fez foi criar a lei contra isso. O ar seco daqui deixa nossa garganta ardendo e junto com a fumaça piora. Os romanos são bastante simpaticos e extrovertidos, as romanas são mais discretas.

Não sei mais o que escrever.