segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Flor Cadaver

São Paulo, 16 de dezembro de 2012 - domingo

Às vezes eu mesmo me surpreendo com as coisas que faço.

Na ultima sexta-feira à noite, eu com minhas manias jornalisticas estava fuçando no site da globo e esbarrei numa noticia interessante: "Flor-cadáver floresce pela segunda vez em Inhotim, em Brumadinho".

Trata-se de uma planta nativa da Indonésia que floresce uma vez a cada 4-10 anos, a flor dura cerca de 2-3 dias e o cheiro é de carne podre para atrair insetos, daí esse nome.

Sabendo disso e mesmo tendo o sabado cheio de compromissos, resolvi dar um jeito e ir conferir. Parecia que tudo ia contra: só tem 1 onibus para ir e outro para voltar, e claro que os horarios não coincidem com os vôos de forma a ir e voltar no mesmo dia, levando-se em conta que de onibus (SamPa-BH) seriam aproximadamente 9h de viagem e portanto inviável, mas cheguei sim a pensar em ir de onibus e voltar de avião e vice-versa. Porém todas as opções eram bem dispendiosas.

Após alguns telefonemas e neuronios gastos, consegui passagem aérea com milhas e compensava mais alugar um carro. Resolvi fazer isso e tentar a sorte.

E que sorte, estava tudo tão cronometrado que se eu errasse o caminho tudo ia desandar. Felizmente isso não aconteceu.

Saí de sampa no vôo das 10h, cheguei em Belo Horizonte as 11h30 e após assinar papeis e documentos, tomei rumo exatamente às 12h12 (tomei como referência o relogio do carro).

Foi fácil porque a entrada de Brumadinho fica pouco após a cidade de Betim, em direção a sampa, portanto foi (quase que) só seguir as placas.

Bem, 1h30 de viagem e cheguei ao INHOTIM, um mix de parque, museu de arte contemporanea a céu aberto e jardim botanico. Como meu interesse principal era ver a flor, fui direto às estufas.

Ao chegar lá, fiquei desapontado, ela ainda não estava aberta tampouco havia cheiro. A previsão era somente segunda (dia que o lugar não abre) ou no maximo terça. De qualquer maneira eu não poderia retornar por conta dos gastos e do trabalho acumulado aqui.

Fiquei conversando com as monitoras (as mineiras são bonitas), dei uma volta no "parque", muito bonito e bem cuidado por sinal, entretanto me fez lembrar maquetes de projetos de arquitetura, tudo perfeito demais.

Almocei por lá mesmo, com vista para este lago,

voltei pra BH debaixo de chuva, abasteci e fui pro aeroporto ainda sob chuva forte.

Consegui embarque num vôo anterior, mas ainda assim tive que esperar por duas horas. Quando o avião aterrissou aqui em Congonhas, a moldura da janela caiu! Fiquei pensando nas consequencias se a outra caisse também...

Acho que é só, pouca coisa pra um dia apenas e muito cansativo pra mim.

A gente se vê por aí!




terça-feira, 20 de novembro de 2012

Voltando

Teresina, 19 de novembro de 2012 - segunda-feira

Hoje foi daqueles dias inuteis (por assim dizer), pois a unica coisa que fiz foi esperar e esperar e esperar.


Já sabendo disso levantei mais tarde, tomei café da manhã bem leve pois teria que almoçar às 11h30.

Enquanto isso fui dar uma volta na cidade, passeei pelo mercado e andei em torno do hotel, mas resolvi voltar porque o sol estava matando logo cedo.


São Raimundo Nonato é uma cidade pequena, e ao contrário do que eu pensava (que era turistica) na verdade é ponto de conjunção comercial entre as cidades vizinhas em um raio de 150km, onde se comercializa principalmente produtos agricolas. A atividade turistica veio em função do parque porém não há muita infra estrutura, existe somente uma agência de turismo receptivo (e somente de aventura). Existe uma associação de guias que funciona em conjunto com o parque (só se pode entrar com guia). Alias se eu tomar como referência o meu guia Alexandre, eles estão de parabéns, muitissimo bem preparados, pois eles foram procuradores, biscates, escavadores, limpadores dos sitios (pincel, aparelho de dentista, escovinhas, etc)

Ah, esqueci de falar do Douglas. Ele é de sampa, trabalha em uma agencia em Osasco e veio de ultima hora. Gente boa também.

No banheiro da rodoviaria de Sao Raimundo achei uma forma curiosa de se conter um vazamento.


Tomei o onibus das 13h e cheguei aqui em Teresina as 20h30. Taxi pro aeroporto e estou aqui enrolando. Acabei de jantar carneiro com alcaparras. A praça de alimentação é pequena, 2 lanchonetes e este restaurante que funciona das 10h-16h e das 21h-24h. Que horario mais torto?!!


A serra da Capivara (que não tem capivaras) é mais um daqueles lugares que surpreendem. Ela é famosa por causa das pinturas rupestres de 10 mil anos, mas os coadjuvantes também são muito bacanas, eu que não ligo muito pra paisagens me senti muito bem ao subir os picos e ver as planicies verdes a perder de vista, ou viajando nos contornos de relevo, imaginando se algum rio corria por ali ou se era o mar, ou se era o gelo, ou o vento...

Outra coisa que me impressionei foi o trabalho da dra Niede no parque (ela recebeu varios prêmios internacionais por seus trabalhos arqueologicos, e nem é disso que estou falando ainda). Achei fantástica a estrutura que ela montou e administra no parque, sem (aparentemente) com mão de ferro. Todos a referenciam como A DOUTORA, mas com muito respeito. Eu adorei quando soube que ela substituiu os funcionarios das guaritas por mulheres pois eles atendiam descamisados (quando atendiam), usavam o dinheiro dos ingressos e não zelavam com a limpeza dentre outras coisas.

O vôo de volta foi tranquilo, agora tenho que catalogar as mais de mil fotos que tirei.   A gente se vê por aí!

domingo, 18 de novembro de 2012

Sitio do meio

São Raimundo Nonato, 18 de novembro de 2012 - domingo


Encontrei o Jordi no café da manhã e como iriamos ao parque e este é caminho da rodoviária, ele resolveu ir conosco pois seu onibus sairia às 8h e nós combinamos às 7h30.

Vou falar um pouco dele. É espanhol e trabalha numa agência de turismo de aventuras, somente com roteiros não convencionais e nada turísticos. Nesse caso ele esta montando um roteiro norte/nordeste do país e estava procurando alternativas terrestres após passar pelo Maranhão. Parece que gostou daqui, fez 2 dias junto comigo e o guia e estava bem animado. Quando ele saltou na rodô me espantei com sua bagagem: uma mochila pequena similar à minha! e isso porque está há 3 meses no Brasil...

Após o check-in para entrarmos no parque, seguimos por uma trilha até um outro mirante,


onde ficamos conversando por um bom tempo. Olha a pedra furada lá no fundo!
Na descida paramos para mais arte rupestre (não lembro o nome do lugar), e um outro chamado sitio do meio. Desde o 1o. dia estou intrigado com duas coisas: barras verticais (as quais eu refiro como "codigo de barras") e os bonequinhos paralelos.

Estas emas aqui estão mais parecidas com emas e não com dinos como em quase todos os outro sitios.

Para quebrar um pouco a rotina, fomos visitar as ruinas da casa de um cara maniçobeiro chamado Manuel Coelho Cavalcante, do inicio do seculo XX. Só tem a fundação.
Em seguida, Toca da roça do sitio do Brás, que além de pinturas, sulcos em baixo relevo e linhas em formatos geometricos.



A toca da Ema do sitio do Brás além de ter varias pinturas, fica numa encosta bem curiosa, me fez pensar dela estar "descascando"


Finalmente o almoço, numa churrascaria em Sâo Raimundo Nonato, onde também esperamos o sol baixar um pouco,

para em seguida ir ao Museu do Homem Americano.


Muito interessante, além de contar a história, possui projetores, maquetes e paineis interativos. Bem legal!


Lá tomei um picolé de tamarindo. Azedo porém delicioso nesse calor!


E já na saída do museu, a foto mais importante de toda esta viagem: com a dra. Niede Guidon, que estava de passagem por lá! Desde o 1o. dia eu vinha comentando com o guia (Alexandre) que gostaria de apertar-lhe a mão. Seu trabalho é de tirar o chapéu! Para quem não sabe, esta arqueologa sozinha fundou e estruturou o parque, conscientizou as pessoas do entorno, antes caçadores agora mantenedores e protetores. O capricho é tanto que pensou nos tempos de seca, criou bacias para recolhimento da água da chuva para os animais beberem, criou estrutura para recriar o ecossistema desequilibrado, desta forma os animais não invadem mais os vilarejos, nos lugares mais populares criou estruturas: lanchonete, rampas para cadeirantes, banheiros, etc, etc, etc, etc...

Fantástica essa mulher!!! Depois o guia veio me falar que o prefeito também estava lá. Mas o que me interessa esse cara?!! acho que se ele quisesse aparecer na foto eu o tocaria, hihihi...
Bem, acho que a maioria nunca ouviram falar dela. aqui tem algo rapido:


http://www2.camara.leg.br/radio/materias/REPORTAGEM-ESPECIAL/397543-ESPECIAL-SERRA-DA-CAPIVARA--O-PIONEIRISMO-DE-NI%C3%88DE-GUIDON-(08'18'').html

e para quem gosta de ler:

http://www.tanianavarroswain.com.br/labrys/labrys20/aventura/niedept.htm

Na duvida se nos encontrariamos de novo, tiramos esta foto na recepção do hotel.
Porém acabamos nos encontrando na pizzaria porque hoje é domingo e quase tudo está fechado. Enquanto eu e o Douglas pedimos pizza o Alexandre ficou tocando (ele possui uma banda chamada BR-020).



Aliás aqui vai o contato, gente finissima, consciente e muito esforçado, além de pontual. Recomendo!

sábado, 17 de novembro de 2012

Boqueirão da Pedra Furada

São Raimundo Nonato, 17 de novembro de 2012 - sabado


Após o café quando o guia chegou, alias ele se chama Alexandre, veio dizendo que havia mais uma pessoa que poderia vir conosco (eu e o Jordi).

Ele se chama Douglas e é de sampa também. Enquanto paramos na pousada para busca-lo eu fui comprar agua na padoca e encontrei uma bebida daqui, a cajuina, não alcoolica e muito doce, com um gosto indescritivel e bom.


Começamos o dia fazendo trilha, às 8h o sol já estava matando (ontem foi bom porque estava nublado), em direção à "Toca de cima do fundo do Boqueirão da Pedra Furada", onde lá em cima encontramos mais pintura rupestres.

Olha o Tas ae!



Continuamos subindo o morro para aproveitar a vista panorâmica.


Um pouco mais além, mais bonequinhos, de estilos diferentes, na Toca do Caldeirão do Rodrigues e Caldeirão dos Canoas. Eu fiquei deveras intrigado com as sequencias de bonequinhos um ao lado do outro.

Como fizemos a trilha ao contrário, aqui tem a foto no inicio.



e antes do almoço passamos na Toca da Fumaça. Este sitio era ocupado por habitantes que faziam suas fogueiras e as pinturas foram muito prejudicadas pela fuligem.
Como disse, fiquei impressionado com as sequencias. Nao parece uma aula de dança?



Ah, e a cor branca apareceu. As emas me fizeram pensar serem dinossauros.


As 3 bolinhas no canto superior tambem me chamaram atenção, assim como as formas de peixe sempre em pé.



E aí sim, almoço no mesmo lugar que ontem e visita à fabrica de cerâmica.



Visita ao Boqueirão da Pedra Furada, o sitio de maior numero de pinturas e o maior atrativo, de onde saiu o logotipo do parque.



Aqui pode-se perceber um mix de vários estilos indicando a presença humana em épocas diferentes.



Em seguida fomos à Pedra Furada, cartão postal daqui e do estado.


Na foto, Douglas, Alexandre, Jordi e eu.


A última parada do dia foi no Cruzeiro, ponto alto da cidade onde tem uma cruz que os fiéis fazem suas devoções.

Como o Jordi vai embora amanhã e o Douglas estava com fome, marcamos jantar no hotel mesmo e ficamos conversando sobre diversos assuntos até bem mais tarde (estou cansado e não quero fazer analise de nada agora).


Feliz aniversário, Gigica!!