terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Finalizando
Terça-feira, 8 de dezembro de 2009 - São Paulo
Tantos dias depois e ainda estou com meu horário biológico defasado em 3 horas.
Estou um pouco atrasado, mas sei que tenho que terminar.
Voltei à vida de sempre, com os mesmos problemas e preocupações. Já encontrei amigos, já ouvi que estou mais magro (?), escuro, que sou corajoso, que isso e aquilo. Sinceramente? não mudei. Fisicamente talvez um pouco, afinal o tempo passa, hehehe. Ainda estou saudosista, pois se pudesse, continuaria minha jornada indefinidamente.
Bem, o conhecimento e a experiência de vida que ganhei não tem preço. Muitas coisas reencontrarei nas fotos e sei que muitas lembranças se perderão. Por isso escrevi dia a dia, o que fiz e de que forma, como estava me sentindo, o que comi, e as pessoas que tive contato. Talvez tenha sido até um pouco maçante com tantos detalhes e horários, e creio que a maioria dos fatos estão lá.
Vou fazer um pouco diferente. Há muitos fatos que mereceriam ser gravados e sequer têm foto. Tentarei fazer uma galeria de expressões:
- após pagar o taxi de volta do Santuário Las Lajas (Colombia), o taxista me estendeu a mão com um sorriso muito sincero, e ao apertar disse (em espanhol): "tenha uma boa viagem".
- a Olga, antes de entrar no saguão de embarque lá em Galápagos, num inglês muito tosco: "eu lhe escreverei uma carta".
- a avozinha da hospedagem lá de Tierradentro (Colombia), quando me despedia, eu lhe disse: "foi um prazer ficar aqui" abriu um sorriso e disse em espanhol: "o prazer foi meu".
- uma tiazinha dentro da Basílica de Florida (Uruguai), ao perceber que eu estava tentando tirar fotos da multidão, foi abrindo caminho e me direcionando.
- o Eduardo, de "Una noche más", Uruguai, mesmo depois de eu ter saído, me escrevia perguntando como eu estava. Foi o lugar mais "familia" que fiquei.
- a Vera, mãe da Olga, lá em Galápagos, mesmo sem saber falar outra lingua senão o russo, volta e meia se oferecia para bater fotos minhas com minha máquina (sem eu pedir). Várias das que tenho foram de sua autoria.
- lembro muito claramente o olhar da guia Taís, de lá da Ilha de Pascoa, ao falar dos problemas de seu povo, e principalmente quando ela falou sobre os dvds. Era quase um olhar de tristeza.
- claro, o olhar da Ady quando me respondeu "Eu sei".
E tantas outras expressões. No geral, não percebi muitas diferenças com nossa cultura paulistana. Talvez seja fruto da globalização, fora a Colombia, todos os outros países que passei os filmes do cinema foram praticamente os mesmos daqui, as músicas das rádios também (inglesas ou americanas), várias marcas e etiquetas também. Na Colombia, inclusive Bogotá, as músicas predominantes são do ritmo latino e cantadas em espanhol. Lembro-me de uma versão de Amigo, do Roberto Carlos, que estava tocando na rádio enquanto estava comendo meu estrogonofe.
Agora, algumas fotos pra não ficar muito maçante. De alguns cartazes que encontrei por aí, uns por curiosidade, outros para quem acha que espanhol é fácil.
Creio que agora sim, encerro.
A gente se vê por aí.
sábado, 5 de dezembro de 2009
São Paulo da garoa
Sábado, 5 de dezembro de 2009 - São Paulo
Continuando o post anterior, embarquei para Lima, onde fiz conexão para SP. Já no saguão de espera, um cara se senta ao meu lado, vê que estou digitando algo, e diz: "não aguento mais ouvir espanhol". Daí começamos a conversar e ele, recém-casado e de Osasco, foi mandado pela empresa a passar 15 dias em Lima, sem saber inglês nem espanhol. Perguntei o por quê e me disse que seu chefe não poderia e ele se prontificou. Agora estava morto de vontade de comer feijão...
Teve um instante em que uma das atendentes da LAN veio checar nossos boarding-passes, e descobrimos que sentaríamos na mesma fileira do avião. Já dentro deste, ele pediu para trocar, pois preferia sentar-se no corredor. Como prefiro janela, consenti, de forma que fiquei na janela da fileira direita e ele no corredor da fileira esquerda.
Beleza, fiquei conversando com a menina ao lado, Luíza, que estava voltando de viagem de formatura até ambos pegarem no sono, pelas 2 da manhã. O outro cara (que não lembro o nome), levou a pior, pois a moça que se sentou na janela passou mal, vomitou e era um tal de levanta e senta, que não lhe deu sossego. Que sorte a minha, hehehe.
Cheguei sem problemas em SP, mas devido ao fuso horário, perdi 3 horas. São Paulo da garoa e do trânsito, dormi as quase duas horas de retorno no taxi, e o resto do dia, por isso estou postando somente agora.
Foi minhas primeiras férias no ocidente, e uma imersão na lingua espanhola e descendentes culturais, o que significa que as coisas mudaram muito pouco de cidade para cidade que visitei, Plaza Mayor, Catedral, igrejas, etc, etc. Mas aos poucos fui me acostumando.
Como das outras vezes, o roteiro foi cuidadosamente planejado e orçado, mas não significa que o segui à risca nem que deu tudo certo. Esses imprevistos é que são legais!
E claro, uma galeria de fotos, somente uma porque senão...
Buenos Aires (Argentina):
Luján (Argentina):
Colonia de Sacramento (Uruguai):
Florida (Uruguai):
Mondevideo (Uruguai):
Santiago (Chile):
Ilha de Pascoa (Chile):
Guayaquil (Equador):
Galapagos (Equador):
Quito (Equador):
Tulcan (Equador):
Ipiales (Colombia):
San Agustin (Colombia):
Tierradentro (Colombia):
Bogotá (Colombia):
Zipaquira (Colombia):
Gostei da maioria destes lugares e tenho muitas fotos que me reavivarão as lembranças das pessoas com quem conversei, sua cultura e seu modo de viver. Isso é legal (talvez eu deva fazer antropologia...) e cheguei à conclusão que não importa onde você vá, sempre vai ter algo ou alguém interessante! E como já era de se esperar, um monte de coisas relacionadas à história e arqueologia, meus maiores interesses.
Sei que muitos devem estar se perguntando: "Por que não o Peru ?" e a minha resposta é: "não estava na hora". Mas isso é assunto pra outra viagem.
Também percebi que tenho menos fotos e mais texto. As fotos são porque minha câmera é um pouco lenta e desta vez não levei as de rolos de filme, que tanto gosto. Quanto aos textos, eu diria que é porque estou ficando velho mesmo, hehehe...
A sessão agradecimentos:
Sr Minol (Victory Travel),
Maria del Carmen (Contiviajes Ecuador),
Katia Yoshiura,
Eric e Sayuri (valeu pelo dentifricio!!!)
Minha familia.
Talvez eu poste mais tarde algumas outras coisas, e finalizar. Por hoje chega.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Colombia
Quinta-feira, 3 de dezembro de 2009 - Bogotá
Sempre que se tem um vôo, a gente perde um tempo enorme. Ainda assim, tive a parte da manhã para poder passear pela cidade.
É meio estranho, eu havia planejado um certo roteiro ontem, e hoje resolvi mudá-lo completamente. Por que? nem eu sei. Ao invés de ir ao Museo Botero, que fica a uma quadra do hostel, fui ao Museo da Policia Militar.
Uma visita guiada e pude ter idéia de como funciona a corporação, e dentre os vários casos expostos, somente o assunto Pablo Escobar ocupa mais de 4 salas! Realmente o cara não era fraco não...
Achei uma coisa unica e bem legal exposta. Se chama Escopetarra.
Saí do museo e fiquei andando pelo bairro para gastar tempo, e me dirigi ao Museo Botero.
Bem legal, tem gorduchos até dizer chega, mais de 100.
Mas também tem Picasso,
Miró,
Renoir,
e até um Torres Garcia!
Continuei a andar pela cidade, almocei estrogonofe gratinado (muito bom),
voltei ao hostel, banho, um cochilo, check-out e aeroporto.
Agora estou na sala de espera para embarque. Olha que coisa estranha, lá fora tem internet, aqui dentro não. Em todos os outros aeroportos é exatamente o contrário...
Estou deixando Bogotá, mas não posso dizer que gostei dela, e também não sei dizer o por quê. Claro que me acostumei logo no segundo dia, entrei em seu ritmo, todos foram muito simpaticos,etc.
Estou deixando também a Colombia. Um país pequeno, com uma variedade etnica imensa, com pessoas simpaticas e solicitas e com um grande passado arqueológico. Pelo menos pra mim, deixou de ser somente Shakira e Montoya, Farc e Pó. Passei muito tempo pingando de cidade em cidade, andando de bus, buseta, lotação, e carros fretados. Conversei com um monte de gente e vi seus modos de vida, o que fazem, o que comem, seus valores (me fez lembrar de quando um vaqueiro me perguntou quanto custa um dia de peão no Brasil).
Me lembrei de Ipiales e San Agustin totalmente rurais. Tierradentro (também) e seu sossego. E me lembrei da segurança e confiança que não encontrei em Bogotá.
Hora de parar. Estou ficando saudosista.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Zipaquirá
Quarta-feira, 2 de dezembro de 2009 - Bogotá
Meu dia constou de apenas uma coisa: visitar a Catedral de Sal de Zipaquirá.
Assim que peguei as coordenadas com o pessoal daqui do Hostel, me dirigi à parada de Transmilenio Museo Del Oro. Beleza, comprei o bilhete na entrada e depois que passei a catraca que vi que o meu bus começaria a operar uma hora depois. Bem, como estava sem café, saí e fui desayunar (bendito desayuno!!!).
E tomei o Transmilenio (entupido) em direção ao Portal Norte, onde tomei uma buseta para Zipaquirá, município vizinho, e como o sol já estava forte, um taxi para a Catedral, a 5 ou 6 quadras dali.
Somente se pode ir em grupos com guia, que não esperam sequer a gente tirar fotos ou tempo para absorver as informações.
Legal para se ver, as paredes negras com manchas brancas, ou totalmente brancas e salgadas (claro que experimentei, hehehe).
Depois do tour, um video explicativo sobre as formações geológicas que deram origem à mina.Aliás, tinha 2 brasileiros no tour, João e esposa que não lembro o nome. De SP também, estavam de passeio (são aposentados) e vão a Cartagena amanhã. Ficamos um bom tempo conversando porque acabaram as pilhas da máquina dele e emprestei das minhas.
Teve outro tour guiado pelas minas, desta vez mostrando como é feita a extração do sal, ou com explosivos ou dissolvendo em água.
Já no final deste, conheci uma venezuelana, Ady, pessoa fantástica com quem fiquei conversando até nos despedirmos no terminal de Bogotá.
Então, ainda houve um tour guiado pelo museu, desta vez mostrando os processos e maquinários para extração e beneficiamento do produto. E na saída, ganhei uma pedra de sal bruto. Beleza, mais uma pra minha coleção.
E mais 40min de Transmilênio cheio, e no horário do rush, quase não andava. Era pelas 19h15 quando parei para o almoço-janta, e ainda deu tempo de comprar um cd, que o cara daqui do hostel, José, já está copiando...
Bem, achei o parque um bocado comercial. Nossa, as lanchonetes custam quase o dobro do preço de um prato de comida. E parquinho, e muro de escalar, só faltou o Mickey...
Ah, de original, só sobrou a via-crucis que os mineiros talharam (ainda tenho minhas duvidas).
A Catedral original, feita pelos mineiros, foi "desativada" há alguns anos por perigo nas estruturas, e foi feito um concurso para uma outra. É esta que visitei. Me senti como um "faz de conta que é original e tem significado".
É isso. Vou falar um pouco da Ady, que está em férias e viajando com a mãe.
Começamos a falar de viagens, etc, etc, e uma hora ela me foi contando a respeito de seu país e presidente. Não vou dizer muito, mas a cada palavra eu ficava mais pasmo e impressionado. Eu diria que seu país está mais ou menos como o Brasil há uns 35 anos atrás. Talvez pior. Foi exatamente isso que disse a ela, e mais um "não tenho palavras". Ela entendeu.
O meu passeio a Zipaquira valeu por tê-la conhecido, e espero manter contato.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Bogotá
Terça-feira, 1 de dezembro de 2009 - Bogotá
Cheguei no terminal rodoviário às 4h15, fiquei enrolando por meia hora e depois tomei um taxi para o aeroporto, a fim de deixar minha mochila maior nos guarda-volumes, e trocar alguns dólares por peso colombiano. Feito isso, taxi para o hostel, que felizmente me deixou entrar, pois o check-in é a partir das 15h, e eram 6 da manhã.
Dormi um pouco, coloquei os diarios anteriores no ar e rua!
Vou voltar um pouquinho no tempo, para dizer que desde a rodoviária que eu tinha uma sensação de que não iria gostar da cidade. E foi bem isso mesmo.
Um fato que presenciei: estava a caminho do hostel, com o taxi parado no semaforo. De repente ouvi um barulho, e do carro ao lado, do lado do passageiro vi correr um cara com alguma coisa na mão. Ao mesmo tempo, um outro havia abordado o motorista, provavelmente no intuito de distraí-lo para o comparsa atuar. Depois os 2 correm e somem, e o motorista tenta em vão alcançá-los. Bem, eram quase 6 da manhã, e realmente as ruas estavam vazias.
Então, saí do hostel pelas 10h, um sol de rachar e um vento gelado o dia todo. E movimentado, pra caramba. Daí sim, policiais em cada esquina. Os policiais daqui tem a farda verde e se vestem quase como o exército. Só não portam metralhadoras.
Não sei se era cansaço, ou desânimo mesmo, mas fui andando pela cidade sem interesse nenhum. Passei pelo Palacio Presidencial,
a duas quadras daqui, pela Catedral que não entrei,
e fui ao Museo Del Oro.
Muito bonito, com quase todo seu acervo em ouro descoberto em vários lugares do país e fruto da artesania e metalurgia dos indios de várias épocas pré-hispânicas.
Saindo de lá vi que tem 2 morros aqui atrás, um com uma imagem e outro com uma igreja e teleférico. Exatamente o que me faltou fazer em Quito. Fui ao mais próximo, e tomei o funicular para subir. Tem uma vista bonita (?) da cidade toda, com seus prédios, casas, ruas, concreto e asfalto para quem gosta.
E lá em cima uma ruazinha de lodjinhas de artesanato e um monte de restaurantes.
Claro que tem a igreja também, que não quis entrar. Achei que todo esse comércio fez perder o encanto, se é que tinha algum. Estava a conversar com a americana ontem, e disse que não gostei de Galápagos exatamente por causa dessa exploração comercial, dinheiro, dinheiro, dinheiro...
Desci, almocei no caminho (a atendente era muito bonita. Não, as colombianas são muito bonitas), nada de extraordinario, arroz, feijão, bife, salada. O que difere do Brasil é que sempre tem uma fatia de banana frita e de maiz. E sopa de entrada. E um copo de bebida, suco ou refri, sempre incluso no preço.
Continuei a andar pela cidade, passei pela Plaza de Toros (fechada),
pelo Museu de Arte Moderna, que como não tem exposição permanente, nem me dei ao trabalho de entrar (como um MAM não tem exposição ?!!!) e fui andando pela mesma avenida, até que achei o que procurava: "Hombre a caballo" - Botero.
Acho que foi a unica coisa que me fez valer o dia.
Como era um pouco longe, inventei um caminho de volta, e pude ver o trânsito numa das artérias principais.
Ah, nestas todas tem ciclovia também. A quantidade de lojas de bicicleta que vi foi enorme!
E acho que é só. Passei no mercado, comprei maçãs e estou finalizando o dia pois estou com um sono enorme.
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