domingo, 3 de novembro de 2013

Mexico

Domingo, 03 de novembro de 2013 - San Miguel de Allende

Estou há mais de uma hora conversando com o senhor da recepção do hotel e achando-o fantástico, muito culto, bem informado e educado.
Como a internet daqui é ruim, eu escrevo o diário no notepad e já deixo as fotos separadas para upload. Daí venho pra recepção e coloco no ar.
Puxei conversa perguntando sobre a independência do país, e fui descobrindo cada vez mais sobre a história de San Miguel, Guanajuato e cidades vizinhas. Estou desapontado comigo mesmo porque sempre leio muito ao planejar um roteiro, e estava tão focado no dia de Muertos que esqueci do resto!
Agora já não tenho mais tempo para descobrir a respeito, mas a conversa foi indo e se desenvolvendo de tal forma que ele me foi contando sobre a economia do país, a politicagem, suas riquezas mineirais etc. E uma coisa me chamou a atenção: há muitos mexicanos indo para os Estados Unidos para trabalhar e mandar divisas, e acabam criando uma outra familia por lá e esquecendo a de cá. As mulheres mexicanas realmente são muito bravas (no bom sentido) para batalhar e sustentar o resto de familia abandonada!

Continuando...

Acho que domingo é um dia igual em qualquer lugar do ocidente, aquele em que todos levantam mais tarde com cara de "não quero fazer nada hoje". Aqui é mais ou menos assim.
Dormi mal porque havia uma festa por aqui perto e o som foi até alta madrugada. Ao invés de esticar um pouco mais, levantei antes das 8h e fui planejar um plano B pra terça pois ontem eu recebi um email de um tour que eu tinha marcado e que foi cancelado.
Saí pelas 9h pra procurar um café da manhã porque estava com fome (coisa rara de manhã).
Falando em tour, como eu tinha o dia de hoje livre, peguei um tour às cegas pelas 10h. Quando o guia Ricardo veio falar comigo, ligou pro motorista e disse que levaria 20min pra ele chegar, pensei comigo "entrei numa roubada de 80 dólares".
Bem, assim que o motorista chegou, tomamos estrada e no caminho fiquei ouvindo coisas do tipo: essa propriedade é de fulano, essa outra é de sicrano, etc, e eu não estou nem aí pra isso.
Chegamos num vilarejo chamado Atotonilco, que depois vim a descobrir que é um lugar mágico onde as pessoas vêm de todo lugar em peregrinação ou fazer retiro espiritual. Senti a "força" do lugar à medida que fui me aproximando da igreja, chamada de Capela Sistina Mexicana, pintada por um autor indígena cujo nome se perdeu. Realmente muito bonito!! no lugar de soldados romanos, soldados espanhóis!





Passamos por duas capelas pequenas (cujo portão estava trancado), mas de importância histórica, como se pode ver pelas figuras do anjo e da águia na torre, aliás uma só de forma a simbolizar um dedo indicador para o céu.



Tomamos estrada novamente para um município chamado Dolores Hidalgo, onde logo na entrada da cidade o guia falou pra eu tirar uma foto de um monumento dedicado ao padre Hidalgo. Tá bom, já que ele quer... eu sem entender nada!

A primeira parada foi numa casa/museu de um cantor chamado José Alfredo Jimenez, muito popular e famoso nas décadas de 50/60.
Fiquei interessado pois nunca ouvi falar desse cara, imagine um estrangeiro vindo pro Brasil e alguém vem falar de Vicente Celestino ou Nelson Gonçalves. Foi isso mesmo que aconteceu e agora tenho isso de lição de casa, pesquisar e conhecer mais as músicas dele!




O sol do meio-dia estava matando mas continuamos até a igreja da praça principal, onde estava tendo missa, entramos rapidamente bati umas fotitas e saímos. Na verdade a importância é mais da entrada da igreja que a própria. Foi aí que comecei a juntar alguns pedaços e entender as coisas. Foi nessas escadarias que o padre Miguel Hidalgo convocou o povo a se manifestar e lutar contra a dominação espanhola em 16-set-1810, com isso iniciando o movimento de independência do país.




A partir daí comecei a ficar empolgado. Logo ao lado, uma estátua de Benito Juarez, primeiro presidente de origem indígena e figura de grande importância, basta ver que tudo leva seu nome e também tem meu profundo respeito.




E ao lado da estatua um museu que não me lembro o nome, mas que poderia ser chamado de museu da independência e em seguida fomos à casa/museu de Miguel Hidalgo, onde conheci sua história e a de sua revolução (não era um qualquer, era jesuíta, falava vários idiomas, tocava instrumentos musicais, era das ciências exatas, lembro de ter lido que tinha um prêmio de 1o. lugar em fisica, etc, etc,etc)
Foi muito bom, fiquei conhecendo uma parte da história do Mexico que eu desconhecia.



No final das contas, valeu o passeio, dos 2 lugares que visitei antes do almoço às 17h.


E um último passeio pela cidade...


 

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